sexta-feira, 31 de maio de 2013

Cap. 6

Capítulo 6 

- Amiga, respira, nosso sonho está prestes a se realizar, você não pode desmaiar agora! 
Reconheci a voz a minha frente, enjoada e que me deixava com raiva de tão aguda que era, revirei os olhos, desejando não estar atrás delas, e me virei para Suri, que prendeu o riso quando me olhou e Meg apenas cruzou os braços, acompanhando a fila. Suspirei alto, me controlando. A garota se virou com um olhar de cima a baixo em minha direção e fazendo cara de nojo. OK, COMO SERÁ QUE LEVAM A PENA DE MORTA AQUI MESMO? 
- Coitados dos meninos, tem as piores fãs que poderiam encontrar. 
Falou a baixinha que tinha discutido comigo no avião. Eu ri sarcasticamente e ela se virou para mim novamente, cruzei meus braços a encarando. 
- Que foi? Quer pagar de louca na frente dos garotos? 
Sorri, indicando os meninos, que estavam sorrindo para uma foto com a garota que estava a duas meninas de distância. 
- Querida, não nos rebaixamos ao seu nível não, não é, Megan? 
Falou a loira alta ao seu lado, e eu sorri cínica para a mesma. 
- Acho isso meio que impossível, porque não se pode descer para chegar em algo que está acima de você, não é mesmo? 
Juro que vi a loira ficando vermelha, mas a baixinha ao seu lado passou a mão em seu braço, olhando feio para mim. 
- Calma, Lindsay, elas não merecem nossa atenção. 
- Então podem me falar o que estão fazendo virada para nós? 
Suri disse com a voz doce, mas com um toque cínico, o que me fez prender o riso, e as duas se viraram, bufando. Esperamos as outras duas a nossa frente aproveitarem o tempo com os garotos e chamarem pelas nojentas na minha frente. Quando viram que nós éramos as próximas, sorriram e acenaram, retribui fazendo o mesmo. A morena baixinha se virou boquiaberta, provavelmente não acreditando que nós conhecíamos eles, ou eles foram com nossa cara, minha mente diabólica já estava tramando algo para deixá-las nos chão. Mas não foi preciso, porque os garotos simplesmente nos chamaram para acompanhá-los enquanto falavam com as fãs. Quando passamos pelas duas, ficando do lado deles, Liam segurou em minha cintura, sorrindo para as duas. Então me lembrei que a morena baixinha era apaixonada por ele e me senti mais maligna ainda muahahaha (ignorem minha estupidez). 
- Ei, elas estavam atrás da gente. 
Ela falou para o segurança, apontando para nós, mas deu para ouvir perfeitamente de onde estávamos. Zayn deu uma olhada para mim, levantando uma sobrancelha e revirei os olhos, apontando para minha língua com cara de desgosto. Entendendo o recado, ele riu e se virou para elas, que se aproximavam sorrindo falsamente. 
- Ai, garotos, não acredito que finalmente estou frente a frente com vocês! – Disse a que se chamava Lindsay, dando um abraço apertado em Harry, que olhou para mim com as mãos erguidas. Eu sorri, fazendo uma careta. 
- Nem nós, nem nós. 
Disse ele a abraçando, tentando ser simpático. Eu simplesmente beijei a bochecha de Liam, que deu um sorriso para mim. E falou: 
- Eu já volto, tenho que dar atenção as minhas fãs também, né? 
Rindo, ele quase tropeçou em cima da morena chamada Megan e eu revirei meus olhos, indo falar com Suri, mas mesmo assim prestando atenção na conversa deles. 
- Finalmente você largou ela pra falar com suas verdadeiras fãs! 
Disse a própria, correndo para o abraço do Li, virei para dar só uma olhada na cena e não gostei do que vi, me deu um embrulho no estômago. 
- Como assim? 
Ele perguntou e eu percebi que Zayn já estava ao seu lado junto com Niall. 
- Ela é nossa amiga do mesmo jeito, mesmo não sendo nossa fã. – Falou Niall, dando de ombros e sorrindo para a garota que fez uma careta. 
- Mas ela é horrível, como podem gostar de alguém assim? 
Ela praticamente gritou só para que eu escutasse e apontou para mim. Mesmo assim ouvi Zayn sussurrar para Niall. 
- Mil vezes mais bonitas do que umas e outras. 
Me virei para ele, que piscou sorrindo, apenas retribui o sorriso e continuei a escutar Liam falar. – Sabe, se você não a respeita e ainda fica falando mal da MINHA amiga, acho melhor você ir embora. 
- Mas meu tempo ainda não acabou, eu paguei por isso aqui, ok? 
Revirei os olhos, como podia ser tão nojenta e mimada? Resposta: Não podia. - Paul, pode tirar elas daqui! Acabamos por hoje. 
- NÃO! – Ouvimos um grito e vimos a loira agarrada na perna do Harry, chorando, e o próprio agarrando o braço de Louis, cai na gargalhada com aquela cena, eu não aguentei. Ela estava desesperada só porque ia embora. Aquilo era meio que patético, meio era uma forma fofa de falar. Megan me fuzilou com os olhos e foi abraçar Liam, que se afastou e ela prendeu as lágrimas, fiquei com pena dela por uns segundos. 
- Não quero tocar em alguém do seu tipo. Você sim não pode ser considerada uma verdadeira fã. 
Mordi meu lábio vendo uma lágrima rolar pelo rosto da garota e ela sair carregando a loira junto. Li veio até mim com um sorriso, me abraçando pela cintura. 
- Não precisava ter feito isso tudo. 
- Mexeu com meus amigos, mexeu comigo... Vem, vou te levar para casa. 
Ele disse e Niall veio do meu outro lado, me abraçando e encostando sua cabeça na minha. 
- Vamos, garotas? – Ele chamou e elas nos acompanharam junto com os outros garotos. Quando chegamos em casa, eles mesmos se convidaram para entrar e ficamos a tarde toda jogando vídeo- game. Megan ganhou de todos, é claro, não existia mais viciada em Mário do que ela, o controle rodou umas trinta vezes antes dela falar que podiam pegar o lugar dela, que a própria ia dormir que estava exausta. Zayn não aceitou perder de uma garota e desafiou ela pra jogar um outro lá qualquer de formula 1, só que ele, coitado, não sabia que Meg não perdia. Simplesmente, era impossível ganhar dela nesses jogos, então deu empate. Ficaram de desempatar outro dia. Suri foi dormir logo em seguida, falando que estava morrendo de dor de cabeça. Os garotos me chamaram para jantar. Eles iriam só ensaiar e dali três horas nos encontraríamos em um restaurante ali perto, aceitei o convite já botando todos pra fora. MINHA CASA ESTAVA UMA BAGUNÇA, simplesmente. E, como sempre, a bagunça sobrava para quem arrumar? Isso mesmo, euzinha. Depois de quase uma hora dando um jeito naquele chiqueiro onde até porco tem medo de entrar, fui tomar banho. Estava prontaem apenas duas horas, dando tempo suficiente para tocar um pouco de violão. 
Peguei meu bebê com o maior cuidado do mundo, era um Greg Smallman! Eu tenho uma ultra mega hiper paixão por esse violão desde meus 14 anos de idade, meu pai o deu para mim quando eu tinha 17 e ele está praticamente intacto até agora. Sua estrutura era inteiramente de fibra de carbono, e para enfatizar o som que saia era ótimo, e as vibrações eram minimizadas, assim você conseguia sentir as notas certas. Cara, aquele era, simplesmente, o violão. Sentei em minha cama, dedilhando um pouco as cordas do violão e logo pegando a palheta e as cifras da música, comecei a cantar um pouco da música que estava compondo. 

People come, people go, true stays fakes go, 
{Pessoas vem, pessoas vão, verdadeiros ficam falsos vão}. 
don’t matter what they say 
{não importa o que eles digam} 
I’ll find a way to take your breath away, 
{Eu vou achar um jeito de tirar seu folego}. 
why are you beautiful? 
{por que você é lindo?}. 
I don’t have the words to say, 
{Eu não tenho as palavras para dizer}. 
how I like you, how I miss you, How I need you, How I love you 
{como eu gosto de você, como sinto sua falta, como eu preciso de você, como eu te amo}. 

Eu deixava as palavras apenas saírem da minha boca sentindo o significado que aquelas letras tinham para mim, afinal, era a lei da vida, não é? Alguns ficam e alguns vão embora, e aqueles que estão com você sempre são aqueles de quem você gosta, aqueles de quem você sente falta, que se precisa e que se ama, mesmo a gente insistindo em gostar de quem não gosta da gente, o que é péssimo e trágico, mas superamos sempre. Escrevi essa música para o primeiro garoto que gostou de verdade de quem eu realmente era, e não da garota fútil que me tornei na época da escola, querendo me ‘adaptar’. Ainda bem que eu percebi em quem estava me tornando e mudei imediatamente. Meu passado não era exatamente de se orgulhar. 
Joguei minha cabeça com tudo no travesseiro, fechando os olhos e segurando o violão em cima de minha barriga, enfim, o que aconteceu com o garoto? Eu acabei me afastando, com medo do que eu sentia por ele, eu sabia que não era amor. Amor é forte demais para uma garota de apenas 15 anos, como eu tinha naquela época, mas eu era muito apaixonada por ele, acabei não lutando pela minha felicidade e ele simplesmente seguiu em frente, não o culpo de jeito nenhum, eu que devia ter insistido. Olhei para o relógio do meu lado, AI GOSH, eu estava atrasada, muito atrasada. Corri para pegar minha bolsa e tentar não fazer barulho, porque as garotas deviam estar no mundo mágico dos sonhos. Como eu gostaria de estar dormindo também. Já disse que tenho uma paixão secreta por travesseiros? Pois é. 
- Não cansa de correr, não? 
Fred perguntou rindo, me olhando com a cabeça apoiada na palma da mão, e eu estava prestes a me descabelar porque o trânsito aqui deve ser péssimo a essa hora da noite. Bufei jogando uma mecha de meu cabelo que estava em cima de meu rosto para trás. – Se eu não me atrasasse toda hora! – Falei e acabei soltando uma risada. 
- Se quiser eu posso te levar, meu turno por aqui já vai acabar. 
- Ei, pensei que só você trabalhasse aqui como porteiro. – Disse, já o acompanhando quando o próprio foi pegar as chaves do carro. 
- Não. Agora que meu filho nasceu tenho que arrumar mais coisas para fazer para sustentá-lo. Então, digamos que sou motorista particular nas horas vagas. 
- Awn! Não sabia que tinha esposa, mas que ótimo. E, eu, bom tenho um guarda-costas de quebra né. – Realmente ele era enorme. Se qualquer dia eu virasse famosa, ele com certeza seria contratado. 
- Eu gosto de você, garota, é simpática. Muito diferente dessas pessoas que eu vejo no prédio que eu dou bom dia e nem respondem. 
O próprio abriu a porta do carro para mim, sorrindo, e eu logo me sentei no banco do passageiro. Como alguém podia ser tão ignorante? Não é só porque ele é porteiro que não é pessoa também, merda de sociedade. 
- Odeio esse tipo de pessoa. – Revirei os olhos – E obrigada pela carona, o que seria da minha sem você? 
O abracei brevemente de lado e voltei a me sentar direito na cadeira enquanto ele dava a partida no carro. – Então, para onde S/A? – Indiquei o caminho do restaurante e em poucos minutos estávamos lá, porque, amém, alguém conhecia essas ruas complicadas de Londres! 

*** 

Como sempre, eles estava rodeados por garotas, me apoiei na parede, um pouco afastada da mini multidão, cruzando os braços, os olhando, ou tentando olhar para os cinco sorridentes brincalhões abraçando e beijando todas as fãs, não consegui evitar e dei um sorriso. Parece que Louis finalmente percebeu minha presença ali, porque ele virou para mim no mesmo momento. O próprio veio até mim dando uns autógrafos no caminho. Quando chegou me deu um abraço forte, fiquei ali sentindo o cheiro do perfume dele, era tão bom. 
- Pensei que não viesse mais, os garotos já estavam me zoando. – Ele falou no meu ouvido e me puxou até a mesa deles. Todos os quatro me olharam sorrindo e vieram me cumprimentar. 
- Desculpa o atraso, garotos. – Disse enquanto abraçava Niall e logo depois Harry. – Eu simplesmente perdi a noção do tempo quando estava tocando. 
Fiz uma careta e eles ficaram me encarando, corei violentamente, olhando para baixo – Não fica vermelha, não. Assim eu não aguento. – Zayn se pronunciou, vindo me abraçar forte. Gente, que abraço era aquele? Não quero largar mais! Mas eu tinha que me controlar, né? O próximo a me abraçar e a dar um beijo demorado em minha bochecha foi Louis, o que me fez corar mais, se possível. Por favor, alguém me fale quem colocou essas perfeições no mundo? 
- É que não sabíamos que sabia tocar... – Harry disse, mexendo no cabelo e eu sorri, bagunçando o mesmo, ficando um pouco mais a vontade com eles. 
- Na verdade, eu toco e canto. – Fiz uma careta e eles arregalaram os olhos, parecendo mais surpresos. - Que foi, gente? Garotas como eu podem também cantar, ok? 
- Não é isso, é que.. Sei lá, por que não nos contou antes? 
Harry perguntou e eu dei de ombros, vendo Niall se colocar na frente do garoto. 
- Eu sei que vou querer ouvir você cantar um dia. Aposto que a voz deve ser tão linda como a dona. – Ele disse, colocando a mão nos bolsos da calça e eu senti minhas pernas tremerem. OK, cinco garotos LINDOS me rodeando e um falando que eu era linda? Não me acordem agora, pode ser? 
Percebi que Liam tinha se sentado olhando diretamente para a porta, ele parou de falar enquanto os outros chegavam a se embolar nas palavras de tanto que falavam. 
- Mas falando de assuntos sérios agora... – Harry falou se sentando e logo continuou. – Cadê a comida, hein? 
Todos soltamos gargalhadas, menos Liam, que apoiou a cabeça em uma mão, olhando o nada. O cutuquei de leve e o próprio virou brevemente para mim, dando um sorriso fraco, depois virando novamente o rosto. Tá, agora estava irritando, não gosto quando as pessoas tem alguma coisa, mas não me contam. 
- Mas saindo do assunto comida. Alguém sabe onde se compra fita adesiva por aqui? Porque eu fiquei de comprar depois que Liam não parou de falar de você no ensaio de hoje. 
Louis falou com uma cara de tédio muito hilária, fazendo todos rirem e Liam apenas revirar os olhos, dando um sorrisinho para o amigo que mandou um beijo de volta fazendo pose, muito gay por sinal. 
- É sério isso? Não sabia que já era tão importante. 
Disse o olhando e sussurrei um ‘o que aconteceu?’ enquanto os outros discutiam o que iriam pedir. Como podiam comer tanto, senhor? Liam balançou a cabeça pegando na minha mão. – Vem cá, eu quero falar com você. – Ele só tinha mexido os lábios, mas deu para entender. Pedi licença para o resto dos rapazes e fui com o Liam para a parte dos fundos do restaurante onde tinha uma pequena varanda com algumas mesas e cadeiras, dava para ver a rua toda dali, as casas, as pessoas correndo porque já estava tarde. Senti um vento frio em meu rosto e na mesma hora me encolhi, não tinha pegado o casaco antes de sair de casa e ali começou a ficar muito frio, senti a ponta de meu nariz ficar fria e esfreguei meus braços. 
- Ei, vem cá. 
Disse Liam me puxando para um abraço quentinho. – É que da onde eu vim não faz tanto frio quanto em Londres. – As minhas palavras saíram abafadas graças ao abraço dele, que afastou um pouco o rosto para me olhar, franzindo a testa, se mostrando confuso. 
- Dá onde você é S/A? É que eu sempre esqueço de perguntar esse tipo de coisa. – Ele deu aquela risada que eu adoro, Liam ficava tão lindo assim, feliz, sua vida parecia tão perfeita que eu acho que se acontecesse algo realmente grave ele não iria aguentar a pressão. Não sei por que, mas eu sempre pensava dessa forma das pessoas. Era algo que vinha na minha cabeça do nada, de uma hora para outra. Olhei para o garoto a minha frente sorrindo e fazendo uma careta depois. 
- Bom, eu sou brasileira. 
- Agora eu sei porque eu não entendia nada do que você postava lá no twitter. 
- É, um dia eu te ensino meu português. – pisquei, brincando com ele. 
- Então quer dizer que vamos nos ver mais vezes? 
Ele aproximou seu rosto do meu, ALERTA! Estômago revirando. Como se, por instinto, eu puxei o cachecol de seu pescoço e corri para trás de uma das mesas, rindo e envolvendo o cachecol no meu pescoço, mostrando a língua para ele. 
- Ah, você não vai escapar! – Ele correu atrás de mim, tentei despista-lo entre as cadeiras, mas ele era rápido demais. Liam me encurralou no canto da varanda e tudo foi muito rápido, depois disso ele me segurou pela cintura, me levantando, quando vi já estava em cima de seu ombro me debatendo para ele me colocar no chão. 
Liam Li, eu vou te matar se você não me colocar no chão agora! – Ele deu outra risada. 
- Esse projeto de anã? Acho que não hein. 
- Projeto de anã? Tá brincando com fogo, Li. – Ele me colocou no chão e prendeu meus pulsos na parede sem me machucar, sorrindo, olhou para mim com um jeito brincalhão, depois o sorriso saiu de seus lábios. 
- É, acho que tô mesmo. 
Sério, eu acho que poderia morrer ali e agora. Do jeito que meu coração estava? Ele aproximou seus lábios dos meus, dessa vez eu não ia recuar. Quando nossos lábios estavam a centímetros de distancia, eu ouvi passos e na mesma hora empurrei Liam, o fazendo cair em cima das cadeiras, os garotos olharam para ele e olharam para mim, não entendendo nada. 
- O que houve aqui? – Perguntou Louis, eu fui ajudar Liam a levantar. 
- É que... ér... – gaguejei. 
- Não brincou quando disse que ia me matar hein? Fiquei até com medo agora. – Ele sussurrou, me fazendo rir nervosa. – É que acabei escorregando nesse piso e cai. 
Li mexeu no cabelo, o ajeitando, ainda estávamos com as mão dadas de quando fui ajuda-lo a levantar. Percebendo isso larguei, cruzando os braços. Louis não pareceu desconfiar tanto da desculpa horrível dele, dando de ombros. 
- Vem, vamos comer antes que os outros devorem tudo. 
Louis disse, pegando nossas mãos e nós trocamos olhares, alguém pode me falar o que acabou de acontecer ali? 

Um comentário: