quarta-feira, 15 de maio de 2013

Cap. 4

Capítulo 4

Adrian o abraçava e eu estava ali, não acreditando, boquiaberta assim como Meg ao meu lado. Como ele pôde? Não se deu nem ao trabalho de contar para a gente que tinha outro filho? 
- Pensei que tinha me esquecido, papai. 
- Claro que não, filho, nunca! Morri de preocupação, já estava ligando para a polícia. 
Ele deu um beijo em sua testa e o abraçou forte outra vez. Se eu não o conhecesse desde sempre, aquela cena me comoveria. Ficaram assim por um bom tempo até que ele notou nossa presença ali também. 
Nosso pai arregalou um pouco os olhos, ficando de pé e pegando Adrian no colo. Devia estar pelo menos um pouco surpreso por nos encontrar ali, logo a gente. 
- E quem são elas, meu filho? 
Perguntou ele olhando para nós, revirei meus olhos, não pode estar acontecendo. 
- Ah, são as garotas que me ajudaram a te achar, uma foi bem legal comigo, gostei dela! 
- Ela deve ser legal mesmo! 
Ele se aproximou sorrindo, mas ainda com um traço de preocupação. 
- Olá, garotas. 
Virei o rosto para Meg, que estava com os braços cruzados, olhando fixamente nos olhos de nosso pai, eu conhecia ela, e aquilo ia ficar muito feio, eu nem aguentava olhar na cara dele. Meses sem falar com a gente e depois chega com um ‘olá, garotas’ e um filho na nossa frente? Puxei o ar pela boca e me forcei a olhar novamente para ele. 
- Por que não nos contou? 
Adrian olhava de um lado para o outro sem entender, eu olhava nos olhos azuis do meu pai. Ele não era uma má pessoa, só que era ausente demais, ocupado demais, rígido demais, tudo ao extremo. Por isso minha mãe se separou dele. Meu pai nos ligava quando era nosso aniversário, natal e alguns feriados, nos ajudava nas despesas, mas nunca foi do tipo ‘protetor’ ou até mesmo atencioso, sim, ele era um bom pai visto que ele era carinhoso e nos compreendia, quando tinha tempo para tal coisa. 
- Eu queria contar, mas tudo foi tão rápido e difícil, eu não tinha tempo e... 
- Sempre sem tempo, não é?! 
Gritei perdendo a cabeça, olhei no mesmo momento para Adrian que não tirava os olhos de mim, agarrando na blusa do meu pai, do nosso pai. Virei o rosto para Meg, que falou: 
- Então quer dizer que não podia telefonar só para falar ‘vocês tem um irmão’? 
Ele olhou para o chão, triste, aquela cara sempre acabava comigo e eu sempre o desculpava. 
- Pai, você conhece elas da onde? 
Disse o garotinho, colocando as duas mãos no rosto de nosso pai o virando para ele, o que fez o homem de olhos verdes e cabelo um pouco grisalho dar uma pequena risada forçada. 
- Lembra quando eu disse que você tinha duas irmãs lindas brasileiras? Então, são elas. 
Adrian se virou para nós com um sorriso de orelha a orelha e eu não aguentei, sorri de volta, mas Megan ainda tinha a cara emburrada, ela é difícil de convencer. 
Meu pai percebendo isso, falou: 
Meg, vem aqui vamos conversar. 
Ele colocou Adrian no chão e foi logo ter aquela conversa com minha irmã, eu estava olhando para a lua, que já estava num ponto bem alto, até que senti um abraço na minha cintura, era Adrian, gente, tem coisa mais fofa? E aqueles olhinhos azuis? 
- Fica calma, maninha, vocês vão se entender... 
Me virei para ele, sorrindo, ele já estava me chamando de maninha? 
- Eu sei, meu amor. 
Baguncei mais seu cabelo e o puxei para se sentar num banco da praça. Ali era tão bom, até o ar parecia diferente. Londres é surpreendente, em um dia já tinha acontecido tanta coisa... 
- Ei, eu sempre quis uma irmã, mas não sabia que eu podia achar uma na rua! Gostei de ter você como irmã! 
Crianças sempre tão fofas, mas eu também tinha uma coisa com o Adrian que eu senti desde que o vi. Me senti protetora, sei lá, foi estranho. 
Acho que é aquele amor de irmã, sabe? Que você quer proteger e mimar de qualquer jeito. 
Senti meu celular vibrar e logo tocar a música Price Tag da Jessie J, nem sei o que deu no meu irmão que ele começou a dançar, eu só tentei não rir e fui ver quem era. ‘Liam Li’ brilhava na tela, meu coração acelerou e eu acho que prendi a respiração porque, quando atendi, deixei sair todo o ar, formando uma fumacinha na minha frente, é estava frio. 

‘Alô?’ 
‘Ei, pequena’ 
‘Hey, Liam’ 

Sorri assim que ouvi sua voz do outro lado da minha, mas ainda sentindo meu estomago revirar. Eu estava nervosa só com uma conversa pelo telefone? 

‘É... Hum, tudo bom?’ 
‘Sério mesmo que é assim que vamos começar um assunto?’ 

Nós rimos, minha tentativa de escapar do assunto ‘se eu estava bem’ deu certo. Não queria que ele soubesse como eu me sentia naquela hora. Fiquei sem palavras, só escutei sua risada e sorrindo. A risada dele era tão gostosa. 

‘Tá, então como foi na entrevista?’ 
‘Fui bem, eu acho, ela disse que iria me chamar se ela se interessasse. ’ 
‘Então o emprego é seu.’ 
‘E como pode ter tanta certeza, senhor Li?’ 

Perguntei curiosa. Ele, por acaso, além de um cantor da banda mais famosa no Reino Unido seria vidente? 

‘Porque você, senhorita S/S, é uma pessoa interessante...’ 

Mordi meu lábio, segurando o celular, olhando para o céu, imaginando como ele devia estar agora, talvez no intervalo de algum ensaio, ou entrevista... 

‘Não tanto quanto você, Liam Li da banda One Direction.’ 

Juro que pude ouvir um suspiro decepcionado do outro lado da linha e logo depois ele falou um pouco desanimado. 

‘Então quer dizer que descobriu meu segredo?’ 
‘É, sou rápida nessas coisas, mas por que não me falou antes?’ 

Perguntei, percebendo que ele não estava muito a vontade com aquele assunto. 

‘Porque eu não queria que você fosse que nem as fãs, que veem só o cantor famoso e não um garoto comum.’ 
Liam, eu não sou assim, para mim você é um garoto normal, que roubou meu táxi.’ 

Ele riu e eu o acompanhei, colocando uma mecha de meu cabelo para trás da orelha. 

‘Desculpe, é que eu não gosto que me tratem de maneira especial só porque faço parte da banda. Mas você é diferente, é especial.’ 

Senti minha bochecha queimar, eu devia estar que nem um pimentão. 

‘Pensei que vocês meninos gostassem desse tipo de atenção.’ 

Tentei mudar de assunto meio sem graça. 

‘Às vezes é até bom, mas outras vezes fica tedioso, as garotas gritando no seu ouvido toda vez que te veem na rua, ou então a falta de privacidade. Incomoda um pouco.’ 
‘Mas mesmo assim você as ama, não é? Sem elas você não estaria aqui.’ 
‘Exatamente... E você tem a incrível habilidade de me impressionar, sabendo mais sobre mim do que eu mesmo, não sendo nem minha fã.’ 

- AI, MANA TU TÁ VERMELHA QUE NEM UM PIMENTÃO! PAI, OLHA ISSO, A S/A. TÁ TODA VERMELHA! 
Ele gritou, me fazendo corar um pouco mais, se aquilo era possível. 

‘Quem disse isso?’ 

Liam perguntou, meio que rindo. 

‘Er... Meu irmão’ 

Me virei, vendo Meg ainda discutir com meu pai e Adrian apenas deitado no meu colo, dormindo. Suspirei, estava me sentindo cansada dessas coisas do meu pai, não nos contar que tinha um filho já era demais. 

Liam, me desculpa, mas eu tenho que desligar.’ 
‘Tudo bem, nos falamos outro dia então?’ 
‘Claro, quero conhecê-lo melhor. ’ 
‘Então somos dois, tchau, S/A.’ 
‘Tchau, Li... ’ 

Guardei o celular, o colocando no bolso, eles estavam na minha frente, Megan de braços cruzados, parecia que estava mais calma, mas mesmo assim ia dormir alerta, vai que ela dá um surto, né. Eu não queria falar nada naquela hora e meu pai sabia muito bem disso, mudando logo de assunto. 
- Então, quem era? Seu namorado? 
Eu prendi uma risada, assim como Meg, que sabia bem quem era. Trocamos olhares cúmplices e eu me levantei, passando o braço pelos ombros da minha irmã. 
- Não. Você tá de carro, não tá? 
Perguntei rápido, eu que não ia conseguir pegar um táxi a essa hora e nem ia a pé. 
- Sim, pode deixar que eu levo vocês para casa. 
Olhei para Meg que mandava uma mensagem, provavelmente para Suri, que devia estar preocupada. Andamos até o carro, me sentei no banco traseiro junto com Adrian e Meg foi ao passageiro, do lado de meu pai. Nunca ia me acostumar com os carros daqui, era tudo diferente. Se fosse eu dirigindo, pode ter certeza que teria umas dez batidas de carro por dia em Londres. 
S/N, afinal, quem era no telefone? 
Meu pai perguntou, curioso. 
- Já ouviu falar da One Direction? 
- Sim, eu queria que eles assinassem um contrato comigo ano passado. Mas o que isso tem a ver? 
- Então, o garoto é um integrante da banda, Liam Li. 
- Sério, S/N? Já chegou em Londres saindo com pessoas famosas? 
Eu ri pelo tom dele, Adrian deitou no meu colo e eu comecei a passar os dedos por seus cabelos. 
- Ela gosta dele, pai, eu vi na cara dela. 
Disse meu irmão, sonolento. Eu fiquei quieta, já sentindo meu rosto queimar, eu ia ficar vermelha outra vez! Esse garoto sabe como me deixar sem graça. Depois de uns minutos, vi que meu irmão tinha dormido. E assim estávamos na entrada do condomínio. Megan tinha saído do carro, eu estava tomando cuidado para não acordar Ady enquanto saía, quando meu pai disse, se virando um pouco para mim. 
- Não confie tanto nesses cantores famosos, eles se divertem com as garotas. Não estou acusando ninguém... Só... Avisando mesmo. 
- Eu sei me cuidar, pai. 
Ele fez que sim com a cabeça e se virou de volta para a rua. Mordi meu lábio. Eu não queria pegar muito pesado com ele... 
-Mas obrigada pelo conselho. 
Disse, fechando a porta do carro e andando em direção a Meg. 
- Se ele tá achando mesmo que eu vou deixar assim, ele tá bem enganado. - Ela cruzou os braços. – Mas me fala, o que tu anda falando com o Li? 
- Ah, isso é segredo, minha linda. – Disse, a olhando pelo canto do olho. – But, não foi nada demais, pode ter certeza. 
Quando chegamos em casa, Suri estava morta no sofá. 
- Nossa, cara, como Sureta é preguiçosa, nem pra arrumar as compras. 
A múmia estava toda esparramada no sofá, mexi no rosto dela pra ver se ela acordava. Nada. OH MY, PRIMEIRO DIA EM LONDRES E , vem cá, tu comprou chantilly? 
Olhei sem entender, gente, hoje eu estava mais lerda que o normal? O que essa criatura queria com chantilly, senhor? 
S/A. Para de fazer essa cara de lerda e me fala: comprou ou não? 
Ela sussurrou o mais alto que podia pra não acordar Sureta, mas mesmo assim chamar minha atenção. Fiz que sim com a cabeça, ela correu até a cozinha, ouvi uma barulhada de coisas caindo. 
- Merda! S/N, vê se arruma as compras direito, eu caí numa armadilha sua aqui! 
Revirei os olhos, eu não sou do tipo arrumadeira perfeita de compras, ok? Ela voltou poucos segundos depois com o chantilly e uma pena, fiquei a olhando, wtf? De onde ela tirou aquela pena? 
Suri se remexeu no sofá, ficando de barriga para cima, e eu balancei a cabeça, não tinha uma hora melhor pra virar assim não, amiga? 
Coloquei um pouco de chantilly em seu nariz, na sua mão e na sua testa, me afastei que nem uma ninja e Meg veio com a pena e cutucou Suri de leve. Minha irmã prendeu o riso e voltou a esfregar de leve a pena na bochecha dela, que passou a mão se melando toda, coloquei a mão sobre minha boca pra não rir muito alto, mas não consegui, quando ela abriu os olhos e viu que estava toda grudenta gritou tão alto que acho que até os vizinhos conseguiram escutar. 
Começamos a correr pela casa fugindo dela, mas Sureta acabou alcançando Meg e a abraçou, a deixando toda melada, ou seja, quem sobrou? Eu. Nem deu mais de um minuto e eu já estava toda suja também, mas dei o troco, estava com o chantilly na mão! Depois de nos sujarmos todas e tomarmos um bom banho, levamos nossos colchões para a sala e nos deitamos para ver um pouco de televisão. 
Até que recebi uma mensagem de Liam. 

‘Já está dormindo?’ 

Revirei os olhos e sorri, as outras já tinham dormido. 

‘Não, o que houve em você para me mandar uma mensagem a essa hora?’ 

Me virei para ver o relógio, já era bem tarde. 

‘Não tô conseguindo dormir L ” 
‘Nem eu’ 
‘Ei, quer se encontrar comigo então?’ 

Mordi meu lábio e respondi a sua mensagem. 

‘Só se você vier aqui. Não tô a fim de sair’ 
‘Pode deixar, onde você mora?’ 

Mandei o endereço para ele que logo respondeu. 

‘S/A... Tu mora praticamente do meu lado.’ 
‘Sério?’ 
‘Uhum, se encontra comigo na frente do seu prédio em 5 minutos’ 
‘Tá’ 

Respondi e me levantei correndo, calçando alguma coisa e colocando um casaco, peguei o elevador e logo estava no hall do prédio e vi Liam correndo para entrar. O porteiro interveio perguntando o que ele queria ali e quem ele ia visitar, porque nunca o tinha visto ali. 
- Ele está comigo, Fred. 
Falei alto o bastante para ele ouvir e liberar Liam, que se sentou do meu lado no sofá, sorri para ele na mesma hora. 
- Não acredito que você mora aqui, garoto! 
- Eu que digo isso e você não sabe praticamente nada sobre mim, garota. 
Revirei os olhos. Ficamos conversando por um bom tempo sobre nossas vidas, descobri muita coisa sobre Liam que nem a revista de fofocas mais atualizada saberia, como foi quando ele descobriu que ele queria se tornar cantor e que ele nunca imaginou que realmente se tornaria; do amor dele pelas fãs, afinal, era por elas que eles estavam ali; sobre seus namoros e como nunca foi a mesma coisa depois da fama; como foi dar seu primeiro autógrafo, ele disse que abraçou a garota com tanta força que quase a fez perder o ar... 
- E como são os outros integrantes da banda? 
Perguntei, já deitando com ele no sofá. 
- Ah, eles são uma comédia, vou te apresentar eles um dia. Você vai amá-los. 
Ele falou, fazendo uma careta que me fez rir. 
- Quais são os nomes deles? Eu sei só de alguns. Acho que um é o Harry, outro é o Zayn... 
- Vamos lá, eu vou te dar uma aulinha sobre a banda, ok? 
E assim ele me contou praticamente tudo, eu aprendi quase tudo que ele disse: que o One Direction foi formado em um programa de talentos, com o Tio Simon (É assim que eu chamo ele, problem?) que acabou em terceiro lugar e fez muito sucesso desde então; os integrantes eram Liam Li, Louis Tomlinson, Zayn Malik, Harry Styles e Niall Horan; antes eles eram participantes solo, até que Simon fez uma decisão arriscada e os juntou, essa combinação deu certo e eles agora eram uma das maiores boy bands de Londres e daqui a algum tempo provavelmente do mundo todo. 
- Nossa... Vocês realmente devem ser muito bons... 
- Por que não vem no nosso show amanhã e comprova você mesma? 
- Amanhã?! Não tá muito em cima da hora, não? 
Ele deu de ombros. 
- É um festival, na verdade, vamos fazer só uma participação boba. 
Mordi meu lábio, se as garotas aceitassem eu iria. Aquele garoto mal me conhecia e eu mal conhecia ele, mas mesmo assim era quase impossível não me sentir bem perto dele, com aquela risada e aquele sorriso e toda vez que me olhava nos olhos me deixava vermelha. Levantei uma sobrancelha, o olhando. 
- Ingressos? 
- Quando você chegar, me manda uma mensagem e eu vou lá pegar você. 
- Se eu não for sozinha? 
Ele engoliu em seco, se ajeitando no sofá. 
- S-seu namorado também vai? 
Eu ri com a careta que ele fez e dei um tapa em seu braço. 
- Namorado? Eu estava falando da minha irmã e da minha amiga. 
- Ah... er, elas entram junto, eu acho que consigo mais dois passes. 
Ele cruzou os braços atrás da cabeça, fechando os olhos e ficando em silêncio por uns segundo, sorri vendo ele daquele jeito, parecia tão tranquilo. Ele abriu um olho para me olhar e eu rapidamente desviei o olhar, fingindo não prestar atenção, ficando vermelha na hora. 
- Você finge muito mal. 
Eu virei meu rosto para ele, me fingindo de desentendida, levantei uma sobrancelha o olhando. 
- O que foi, menino? 
Ele revirou os olhos, dando uma risadinha, se deitando no sofá, colocando suas pernas por cima das minhas. Tá ficando abusado esse Liam, né? 
- Você me olhando e depois fingindo que não estava fazendo nada, eu sei que sou lindo, ok? Agora, se quiser uma foto tira logo, ah, esqueci que você já tem, né? 
Dei meu ‘olhar mortal’ e ele caiu na gargalhada, cruzei os braços com um bico enorme na cara. 
- É proibido olhar agora – resmunguei. – Tira esses pés de cima de mim! 
Falei agora, empurrando suas pernas e ele fechou a cara, demonstrando que não tinha gostado daquilo. 
- Tudo bem, estressadinha, isso terá troco. 
Disse ele e eu simplesmente sorri e mostrei minha língua, queria só ver esse ‘troco’ (Ok, mente nada poluída tá, gente?).Meu estômago roncou e lembrei que não tinha comido nada depois da entrevista. 
- O que foi isso? Temos um leão rugindo aqui por perto e eu não sei? 
- Eu tô com fome uai, que coisa, Li. 
Percebi que Fred veio em nossa direção. 
- Ei, S/A, eu vou passar em casa, vou demorar mais ou menos uma hora ou duas, se puder pode ficar de olho aqui por enquanto? 
- Claro, Fred. 
Dei um sorriso e ele, antes de sair do prédio, jogou umas chaves na direção de Liam, que pegou de primeira, olhando assustado para o porteiro que apenas piscou e disse: 
- São as chaves da dispensa, qualquer coisa podem fazer algo para comerem, eu volto daqui a pouco. 
- Fred, eu te amo. 
Disse, fazendo um ‘coração’ com as mãos para ele, que riu e seguiu seu caminho. Encarei Liam que estava com as chaves balançando em seu dedo, fui pra cima dele com o intuito de pegar as chaves, mas ele foi mais rápido e se levantou. 
Liam, me, dê essas, chaves AGORA. 
Falei, dando ênfase no ‘agora’ para ele saber que eu não estava de brincadeira, ele saiu correndo em direção à dispensa e eu fui atrás dele, quase tropeçando nos meus próprios pés. Já disse que sou desastrada? Uma espécie muito rara de bomba relógio prestes a explodir e espalhar o desastre para tudo que é canto? Pois é, não aconteceu nada mais nada menos do que quando eu fui entrar na dispensa escorreguei em alguma coisa indo direto para o saco de farinha, que estourou todo me fazendo ficar toda suja. Me virei para ver Liam caído no chão de tanto rir, revirei os olhos bufando. Olhei para os lados tentando achar algo para tacar nele... Ahá. Tinha uns vidros de ketchup ali perto. 
Fui lentamente até os mesmos enquanto Li já chorava de rir com a mão na barriga. Peguei o vidro de ketchup e apertei na sua direção, lançando um jato vermelho que pegou bem no seu cabelo. 
- NÃO. 
Ele gritou, passando a mão pela cabeça. Eu não aguentei e comecei a rir desesperadamente e só parei quando vi que ele se levantava vindo na minha direção com alguma coisa escondida atrás de suas costas e ele estava com um sorriso maligno no rosto que me fez encolher um pouco, oh god. O que estava por vir? 

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