quarta-feira, 15 de maio de 2013

Cap. 2

Capitulo 2 
(n/a: A partir daqui tudo será narrado na primeira pessoa.

Finalmente em Londres! A terra das maravilhas! Tá, eu também vejo muito Alice no país das maravilhas, mas e daí? Se encaixa perfeitamente. 
S/N, vem! O táxi já chegou. 
Gritou Suri. Parei de ficar olhando que nem uma besta o lado de fora do aeroporto e fui com as meninas. 
- Você tem que parar de agir feito turista, S/N. Isso é tão old. - Megan falou da forma mais esnobe possível, fazendo Suri cair na gargalhada e eu só a encarei. E nós somos o que, minha filha? 
- Para onde, senhoritas? 
O taxista nos olhou, ajeitando o retrovisor e nós nos encaramos. Cada uma iria para um lugar e em direções opostas. Suri e Megan iriam para o estúdio de dança e fotografia, Suri estava querendo dar aula lá junto com Meg. Eu iria para uma loja de CD’s bastante famosa por aqui, ver se arranjava um emprego. Muita gente famosa, empresários, artistas frequentavam bastante aquela loja, eu quero trabalhar lá para ver se consigo, com muita sorte, uma chance. E depois que passasse a época de férias aqui em Londres, nós iríamos nos matricular em uma Universidade aqui perto. 
- Sai, S/N, nós pegamos o táxi primeiro. Vai arranjar outro. 
Disseram as duas juntas, chutando minha bunda pra fora do carro. É, minhas melhores amigas, bom, pelo menos assim eu pensava antes dessa demonstração de amor. 
- Obrigada viu?! Vocês são umas lindas! 
Gritei, mas o táxi estava longe demais, então elas não devem ter escutado. Segundos depois eu senti o celular vibrar no meu bolso. Mensagem de Suri.

‘Depois você conta pra gente como foi a entrevista, te amamos X.’

Bufei andando pela calçada. Não deve ser tão difícil, afinal, Londres é Londres, não? Andei mais um pouco, dava para ver a London Eye de onde eu estava. Era tão lindo tudo ali, eu só não achava um maldito táxi! Parei de andar, sentando num banco que vi na calçada, jogando minha cabeça para trás e fechando os olhos, já morta de tanto andar. 
Vinte minutos depois e eu ainda não tinha encontrado um táxi vazio. Nenhum, nada, nadinha. Por um milagre divino, eu só quero um táxi, só um! 
Abri meus olhos e olhei para a rua procurando o meu sinal divino. O que era aquilo? Não! Não acredito, meu paizinho, muito obrigada. Tu tá conectado mesmo, hein. 
Corri até o bendito carro, entrando e no mesmo tempo batendo a porta, só que eu escutei outro baque. A outra porta foi fechada também, mas dessa vez não fui eu. 
- Quem é você? 
Falamos ao mesmo tempo. 
- Eu peguei o táxi primeiro. 
Outra vez ao mesmo tempo. Seus olhos me olharam divertidos. 
- Pera aí, você não sabe quem eu sou? 
Perguntou o garoto com um tom de surpresa que não entendi. Eu o olhei e fiz que não com a cabeça. 
- Eu devia? 
Olhei em seus olhos, oh my, que olhos, quem era ele pelo amor do meu santinho? 
- Não, é que... Nada, eu só, eu peguei o táxi primeiro. 
Falou ele, passando as mãos pelo cabelo sem graça e dando um sorriso tímido. Do nada eu escutei uma gritaria horrível, olhei para trás, tinham pelo menos umas 20 doidas correndo pela rua em nossa direção, se descabelando, gritando que nem maníacas. 
- Taxista, pisa no acelerador agora! Eu te pago o dobro! 
O taxista, em um piscar de olhos, já estava à 80 por hora, what the hell is that
- Ei, por acaso você tá me sequestrando?! 
Falei com a voz aguda e os olhos arregalados. O garoto me olhou e começou a rir, uma risada muito boa por sinal, mas, mesmo assim, eu estava olhando para ele desesperada. 
- Eu tenho spray de pimenta na minha bolsa, já aviso logo. 
- Você tá me ameaçando? 
O garoto perguntou boquiaberto, mas eu sabia que ele estava se divertindo com aquilo, só fiquei quieta olhando ele. Com o coração a mil já. 
- Não estou te sequestrando, tá mais pra fugindo. 
- Fugindo de quem? 
Na mesma hora olhei para trás, para checar se não estávamos sendo perseguidos que nem naqueles filmes de ação. Não. 
- Por ninguém, deixa pra lá. Para onde você tá indo mesmo? Eu pago o táxi para você. 
Olhei boquiaberta para ele, nem sabia o nome daquele cara e ele já pagava o táxi pra mim assim de cara? Ótimo isso, as pessoas de Londres são tão simpáticas. 
- Anh, para essa rua aqui. 
Peguei o pedaço de papel em meu bolso em que estava escrito o endereço da loja. Entreguei para ele e ele entregou para o motorista, que ligou o rádio. Dando partida no carro que ele tinha parado antes, quando nós estávamos nos entendendo. 

You're insecure, don't know what for
You're turning heads when you walk through the door
Don't need make-up, to cover up
Being the way that you are is enough.
 

O garoto do meu lado sorriu olhando para a janela, parecia que seus pensamentos estavam longe, bem longe. Sorri ao ver aquela cena, era um estranho, um lindo estranho, mas não sei, ele parecia tão feliz. Sua vida devia ser ótima. 

Everyone else in the room can see it
Everyone else but you
Baby you light up my world like nobody else
The way that you flip your hair gets me overwhelmed
But when you smile at the ground it ain't hard to tell
You don't know oh oh
You don't know you're beautiful
 

Prestando atenção na música agora, eu imaginei quem compôs isso, quem cantava era um grupo, mas a música em si era engraçada e muito fofa, do tipo apaixonante e viciante. Fala sobre uma garota tímida, insegura, que parece não acreditar quando os outros falam que ela é linda e o garoto deixa isso cada vez mais claro para ela. E mais claro ainda que estava apaixonado por essa garota. 

If only you saw what I can see
You'll understand why I want you so desperately
Right now I'm looking at you and I can't believe
You don't know oh oh
You don't know you're beautiful oh oh
But that's what makes you beautiful
So come on, you got it wrong
To prove I'm right I put it in the song
I don't know why, you're being shy
And turn away when I look into your eyes
Everyone else in the room can see it
Everyone else but you
 

Achei tanto a letra da música quanto o ritmo muito bons, e comecei a cantar o refrão que eu já tinha aprendido rápido, disse que a música era viciante. 

Baby you light up my world like nobody else
The way that you flip your hair gets me overwhelmed
But when you smile at the ground it ain't hard to tell
You don't know oh oh
You don't know you're beautiful
If only you saw what I can see
You'll understand why I want you so desperately
Right now I'm looking at you and I can't believe
You don't know oh oh
You don't know you're beautiful oh oh
But that's what makes you beautiful
 

O cara do meu lado deu um sorriso bobo, senti meu estômago revirar. 
- Você é cantora ou algo do tipo? - Perguntou ele de forma fofa. 
Olhei para ele e sorri gentilmente, era o mínimo que eu podia fazer, ser simpática. 
- Sempre quis, desde os quatro anos, mas nunca tive a chance. 
Encarei o piso do carro meio sem graça pelo que disse, senti seu olhar pesar sobre mim. 
- Ei, as coisas podem mudar de uma hora para a outra, sabia? 
- É difícil, eu já fiz algumas apresentações em bares e casamentos, mas nada demais. 
- Pode ter certeza que um dia sua hora de brilhar vai chegar. 
Ele disse olhando para a janela, agora, meio distante. Quem era ele, afinal? Fiquei olhando para ele, que não tirava os olhos da rua, até que o carro deu uma virada para a esquerda me fazendo desequilibrar. Caí em cima de seu peito, ele me olhou com um sorriso meio de lado, senti minhas bochechas esquentarem e logo me ajeitei no banco outra vez. 
- Desculpa... 
Sussurrei quase sem som, ainda estava surpresa. Quando nos encostamos eu senti um choque, aquilo foi estranho... 
- Chegamos. 
O taxista disse olhando no retrovisor, isso é mania de taxista agora? Eu saí do carro, indo para a calçada. 
- Então é isso. 
Eu disse olhando para o cara na minha frente, ele tinha saído do táxi e me acompanhou até a porta da loja depois de pagar o bendito homem, que agradeceu e foi embora com seu táxi. 
- É, então é isso, ladra de táxis. 
Eu ri com o que ele disse. Quem foi que roubou o táxi? Ele! Não eu. Enfim... Olhei para trás, onde umas garotas olhavam CD'S dentro da loja. 
- Qual é seu nome, hein? 
Perguntei, virando e olhando em seus olhos. 
Liam Li. 
Ele falou com uma cara, parece que estava esperando uma reação já conhecida. Apenas continuei olhando para ele, sem entender. 
- Você não me conhece mesmo, não é? 
Arqueei a sobrancelha, vendo ele dar um sorriso lindo, depois pegar minha boina e coloca-la rindo. 
- Hey! Você não tem esse direito, garoto. 
Disse tentando pegar a boina, mas ele era alto demais e segurava meus braços rindo mais ainda, ri junto com ele. 
- Desista, você é baixinha demais. 
Eu me afastei dele, ajeitando meu cabelo e vendo ele com minha boina. 
- Então, você é bem conhecido por aqui, né? 
Ele me olhou meio sério agora, mas ainda com um sorriso no rosto. 
- Já descobriu quem eu sou? 
- Não, mas você com essas suas crises... Algum problema de eu não saber quem você é, Li? 
Ele ajeitou a boina, fazendo uma careta engraçada e muito gay, eu não pude conter meu riso, aquele garoto era um palhaço. 
- Problema nenhum, pessoa que eu ainda não sei o nome. 
- E vai ficar sem saber... 
- Sabe que isso é injusto, não é? Você sabe meu nome! Pode ser uma sequestradora. 
Encostei no poste ali perto, olhando ele que cruzou os braços fazendo pose de marrento. 
- Foi você que me sequestrou, e... Só vou falar meu nome quando devolver minha boina. 
Ele pensou por uns segundos. 
- Hum, nah, eu gostei da sua boina. 
Ele se virou para se olhar no reflexo das janelas da loja. Eu corri rápido até ele que foi mais rápido e se virou tentando me impedir, o que resultou em nós dois caindo no chão gargalhando. 
- Sai daqui, garota, essa boina não é mais sua. 
Ele disse em baixo de mim rindo e segurando meus pulsos, eu fiz bico. Poxa, eu só queria minha boina de volta, eu simplesmente amava aquela boina e ela não foi barata não. Bufei me levantando e ajeitando minha roupa, algumas pessoas nos olhavam, eu apenas olhei pro chão da onde o Liam não saía. 
Liam, sai daí, as pessoas estão achando que você é um louco. 
Ele deu de ombros. 
- Quem se importa com o que as pessoas pensam? Eu sou Liam Li e estou deitado no chão, me julguem. 
Revirei os olhos. Ele estava certo, ninguém pode julgar ninguém. Temos livre-arbítrio para isso mesmo, não é? E qual o problema de ficar deitado no chão? Me juntei a ele, me deitando ao seu lado vendo as folhas das árvores fazendo sombra, embora estivesse fresco, aquilo era bom. Fechei os olhos e suspirei. 
- Você é diferente, baixinha... 
Abri só um olho para ver um garoto de olhos fechados com uma cara de criança que, de certa forma, também me intrigava. 
- Como assim eu sou diferente? Você acabou de me conhecer, não pode falar isso de alguém que nem sequer conhece. 
- Acho que posso falar isso de uma pessoa que deita no chão de uma rua comigo, porque normal eu sei que você não é. 
Cruzei os baços atrás da cabeça aproveitando o sol que batia ali naquele momento. 
- É, ser normal é chato, e você tem que aproveitar muito sua vida, porque essa é a única que você tem, então por que não aproveitá-la fazendo algumas loucuras? 
Nesse momento meu celular vibrou, o peguei e lá estava um lembrete ‘Entrevista de emprego, agora!’, ok, eu tinha que ir agora. Me levantei e Liam abriu os olhos franzindo a sobrancelha. 
- Aonde você vai? 
Disse ele, se levantando também e batendo em sua calça para limpá-la. 
- Tenho uma entrevista de emprego agora... 
Abaixei o olhar vendo as horas no celular, já estava em cima da hora mesmo. 
- Qual o número do seu celular? 
Perguntando já puxando o celular do bolso e me olhando, eu ri com sua rapidez. Nós trocamos nossos números e ele pegou o celular da minha mão tirando uma foto de si mesmo. 
- Pronto, agora você pode ficar admirando minha foto quando eu te ligar. 
Ele disse rindo e me devolvendo o aparelho. 
- Você é muito estranho, além de convencido. 
- É... Já me falaram isso. Agora eu posso saber seu nome? 
Eu o olhei, pensando um pouco, ele ainda não tinha devolvido minha boina. 
- Você não vai mesmo me devolver, não é? 
Perguntei apontando para ela, ele riu e fez que não com a cabeça. Suspirei fazendo uma careta, tá, ele se apaixonou por minha boina. 
- É S/N S/S, Liam, mas pode me chamar de S/A. 
Ele sorriu, mas fomos surpreendidas por quatro garotas de pelo menos uns 13 anos de idade. 
- AAAAAA VOCÊ... AI MEU DEUS, VOCÊ, É VOCÊ MESMO? 
- EU NÃO TO ACREDITANDO QUE É VOCÊ! 
- EU VOU CHORAR, ALGUÉM ME SEGURA. 
As garotinhas falaram meio que aos berros indo abraçar Liam. Ainda não entendendo nada que estava acontecendo, só fiquei olhando elas abraçarem o garoto com a maior força que eu já tinha visto, o fez perder até o ar, prendi meu riso. 
- Pode tirar uma foto com a gente? 
Uma das garotas perguntou pegando a câmera tremendo, Liam olhou ela desajeitada, eu sorri e fui ajudá-los. 
- Hey, pequena, quer ajuda? Eu posso tirar a foto pra você. 
A garota deu um sorriso enorme com os olhinhos brilhando. Nossa, então é assim que as pessoas ficam perto dele. Afinal, quem é você, Liam Li? 
- Sim, por favor! 
Peguei a câmera de sua mão e tirei a foto para elas, que sorriam de orelha a orelha. Parecia que poderiam morrer ali e agora que seriam felizes, a garotinha da câmera agradeceu assim como as outras.
- Você é muito linda! 
Disse uma de cabelos cacheados loiros, que gracinha! 
- Obrigada! Mas acho que você me supera na beleza, meu anjo. 
Eu disse e ela sorriu tímida, e foi embora saltitante com as amigas. Cruzei os braços olhando para Liam, que mexia nervoso no cabelo. 
- Você é famoso ou algo do tipo? 
- Hum, é... Mais ou menos. 
Ele disse me olhando preocupado. 
- Isso muda alguma coisa? 
Disse ele, chamando um táxi, eu fiz que não com a cabeça. 
- Eu ainda descubro mais sobre você, Liam Li. 
Ele riu e abriu a porta do táxi ainda olhando para mim. 
- Pode ter certeza que sim, S/N S/S. 
Eu sorri, o vendo dar tchau, retribui acenando também e logo me virei para entrar na loja. 
- Hey, S/N! 
Surpresa por ele me chamar outra vez, me virei, sendo surpreendida novamente por ele tirando uma foto minha. Fechei a cara, odiava ser fotografada, Suri sempre tirava fotos minhas e eu odiava. Sempre saia horrível, embora ela falasse que estavam lindas. Ela era quase uma profissional, por isso que as fotos ficavam boazinhas. Agora eu não queria nem imaginar essa que Liam tinha tirado. 
- Agora sim eu posso ir embora para ficar admirando sua foto quando te ligar. 
Ele riu entrando rápido no carro. Eu fiquei totalmente vermelha com esse comentário, garoto abusado. Entrei na loja e logo a atendente veio me receber. 
- O que deseja, senhorita? 
- É que eu vi o anúncio de que precisavam de pessoas e minha amiga me indicou para trabalhar na loja. Queria fazer a inscrição. 
Ela fez que sim com a cabeça. 
- Sim, sim, é por aqui, por favor. 
Ela indicou uma direção por um corredor, andei no mesmo ritmo que a moça. Passamos por algumas portas, virando no corredor ainda, uma grande entrada para uma sala me chamou atenção, era um grande salão com um palco e um piano. Diminui os passos para poder ver melhor, na verdade, já era outra parte do estabelecimento, havia dois prédios interligados ali. Era lindo, parecia um pequeno pub. 
- Senhorita? 
A atendente me chamou, se virando para ver o que eu estava olhando. 
- Ah, me desculpe, mas esse salão... Vocês queriam fazer alguma coisa por aqui? Desculpe, é que sou curiosa mesmo. 
Disse rindo, enrolando uma mecha de meu cabelo em meu dedo. 
- Ah sim, estamos montando um pub, mas ainda estamos à procura de financiadores, enfim... 
- Entendi, tudo bem, podemos ir, só fiquei curiosa mesmo. 
Ri simpática para a garota que agora me guiava até uma sala com uma porta de vidro, entrei e me sentei na cadeira onde parecia ser a mesa de reuniões. É, aí vamos nós. 

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